Deus precisava escolher uma moça virgem para uma obra especial que fosse humilde e sábia nas coisas sagradas. Que estivesse pronta a dar ouvidos ao Espírito Santo para instruir o Rei de toda a Terra. Deveria ser capaz de se tornar uma mãe exemplar na ligação entre o Céu e a Terra na educação do maior líder de todos os tempos, o Salvador do mundo.
Não podia duvidar em nada, pois quem duvida não serve para a obra de Deus. Deveria, no entanto, ser curiosa o suficiente para desejar entender as coisas sagradas do reino de Deus e transmiti-las a seu filho, o Filho de Deus. Que "currículo" essa moça deveria ter! Maria atendeu a todos esses requisitos, foi selecionada e aprovada para ser a mãe do Salvador.
Quanta responsabilidade! Maria era pobre e não possuía o conhecimento acadêmico dos líderes judeus. Ela não era formada profundamente no conhecimento das profecias e no plano da salvação. Mas ela compreendia a missão de Cristo. E a sua própria.
Ela foi capaz de ser o instrumento pelo qual o poderoso Espírito Santo realizava o maior e mais importante trabalho de todos os tempos na Terra: instruir o homem que viria perfeito, como Adão o era antes de pecar, e que seria incapaz, em toda a sua vida, de cometer qualquer pecado, para que pudesse, pelo Seu exemplo e pela Sua vida, salvar a humanidade. Você acha que isso é pouca coisa?
Jesus reconheceu a importância de sua mãe terrestre na hora de maior luta. Ele não a desamparou, embora tivesse que se separar dela. Ele cumpriu o mandamento “honra teu pai e tua mãe”, garantindo proteção a Maria até os dias finais. No ato da crucifixão, ela aparece com outras mulheres perto da cruz. Ao contrário dos irmãos de Jesus (Jo 7.5), ela sempre creu na missão salvadora de seu filho, e por isso não é de estranhar que o acompanhasse até a última e fatal jornada a Jerusalém.
Dominada pelo amor de mãe e consolada pelos afetos de um discípulo, contemplou-o pregado à cruz. Nessa hora de suprema angústia, ele dirigiu-lhe a palavra, entregando-a aos cuidados do amado discípulo João, que desde essa hora a levou para sua casa (Jo 19.25-27). Aqui está uma das maiores lições de Maria, mãe de Jesus. O amor que tinha pelo seu filho impediu que dele se separasse. A morte podia separar fisicamente as pessoas, mãe de filho, mas jamais podia romper a unidade formada por esse sentimento tão nobre.